Questão
A formulação de políticas climáticas adaptativas em contextos urbanos complexos é um desafio multifacetado, exigindo uma compreensão aprofundada das interconexões entre vulnerabilidade socioambiental e as dinâmicas de urbanização. A justiça ambiental emerge como um princípio fundamental nesse processo, assegurando que os ônus e benefícios das ações climáticas sejam distribuídos de forma equitativa, sem exacerbar as desigualdades existentes ou criar novas. Contudo, a integração efetiva desse princípio nas políticas de desenvolvimento sustentável enfrenta barreiras significativas. Uma delas reside na prevalência de abordagens tecnocráticas que priorizam soluções de governo e setores produtivos em detrimento da participação ativa das comunidades afetadas, cujas experiências e conhecimentos locais são frequentemente desconsiderados. Outra barreira é a fragmentação institucional, onde a falta de coordenação entre diferentes níveis de governo impede uma resposta holística aos desafios climáticos. Além disso, a dependência de modelos econômicos que não internalizam os custos ambientais e sociais das atividades produtivas dificulta a alocação de recursos para iniciativas que promovam a equidade e a resiliência. A superação dessas barreiras exige uma mudança de paradigma, valorizando a coprodução do conhecimento e a governança participativa, garantindo que as vozes dos mais vulneráveis sejam ouvidas e incorporadas na tomada de decisões, tornando as políticas mais justas e eficazes.
Disponível em: Almeida, P. & Costa, F. (2023). Justiça Ambiental e Políticas Climáticas Urbanas: Desafios e Perspectivas. Cadernos de Saúde Pública, v. 39, n. 5, p. 1-15.
Com base nas informações do texto, analise as principais barreiras para a integração da justiça ambiental nas políticas de desenvolvimento sustentável.
A) A governança participativa é uma barreira quando as vozes dos mais vulneráveis são incorporadas na tomada de decisões, exigindo uma mudança de paradigma.
B) A principal barreira é a insuficiente participação das comunidades afetadas, pois seus conhecimentos locais são desconsiderados pelos planejadores e formuladores de políticas.
C) A priorização de soluções de engenharia e a internalização dos custos ambientais contribuem para a integração plena da justiça ambiental nas políticas de desenvolvimento.
D) A única barreira significativa para a integração da justiça ambiental é a falta de alocação de recursos para iniciativas que promovam a equidade e a resiliência social.
E) As abordagens tecnocráticas, a fragmentação institucional e os modelos econômicos que não internalizam os custos ambientais dificultam a integração da justiça ambiental.
E
A alternativa E resume corretamente as barreiras mencionadas no texto: abordagens tecnocráticas, fragmentação institucional e modelos econômicos que não internalizam os custos ambientais. Essas são as principais dificuldades para integrar a justiça ambiental nas políticas de desenvolvimento sustentável, conforme descrito no texto.