Questão
"A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros\n\nVinha da boca do povo na língua errada do povo\n\nLíngua certa do povo\n\nPorque ele é que fala gostoso o português do Brasil\n\nAo passo que nós\n\nO que fazemos\n\nÉ macaquear\n\nA sintaxe lusíada [...] (Bandeira, 1990, p. 117)\n\nBANDEIRA, Manuel. Evocação do Recife. In: Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.\n\nNo poema, o eu lírico:\n\nOpções de pergunta 10:\n\nA) Afirma que a sintaxe lusíada é uma referência ao poema Os lusíadas, de Luís de Camões, que instituiu a versão moderna da língua portuguesa.\n\nB) Afirmar que o povo fala uma língua certa significa dizer que qualquer pessoa é capaz de se expressar na variante culta da língua portuguesa.\n\nC) Macaquear a língua tem o sentido de dizer que se imita a língua de Portugal, o que, segundo o poema, pode ser positivo, pois a variante de lá é mais aprofundada que a daqui.\n\nD) Critica o falar popular, posto que é errado do ponto de vista gramatical, o que impede uma real comunicação.\n\nE) Exalta a variante regional (diatópica), utilizada por pessoas comuns no Brasil, contra o que seria a variante culta advinda de Portugal."
E
No poema, o eu lírico exalta a língua falada pelo povo brasileiro, valorizando a variante regional e popular do português do Brasil. Ele critica a tentativa de imitar a "sintaxe lusíada", ou seja, a norma culta de Portugal, sugerindo que a língua do povo é mais autêntica e saborosa. As outras alternativas estão incorretas: A) não é o foco do poema; B) não sugere que todos falam a variante culta; C) não considera a imitação como positiva; D) não critica o falar popular, mas sim valoriza-o.