Questão
Texto base 4
Texto 1
Tu não verás, Marília, cem cativos tirarem o cascalho e a rica terra, ou cos cercos dos rios caucaiosos. ou da minada Serra. Não verás separar ao hábil negro do pesado esmeril a grossa areia, e já brilharem os granetes de ouro no fundo da bateia. Não veras derrubar os virgens matos queimar as capoeiras inda novas, servir de adubo à terra a fértil cinza, lançar os grãos nas covas. Não verás enrolar negros pacotes das secas folhas do cheiroso fumo; nem espremer entre as dentadas rodas da doce cana o sumo. Verás em cima da espaçosa mesa altos volumes de enredados feitos; ver-me-ás folhear os grandes livros e decidir os pleitos. Enquanto revolver os meus Consultos, tu me farás gostosa companhia, lendo os fastos da sábia, mestra História, e os cantos da Poesia. Lerás em alta voz, a imagem bela; Eu, vendo que lhe dás o justo apreço, Gostoso tornarei a ler de novo O cansado processo. Se encontrares louvada uma beleza, Marília, não lhe invejes a ventura, Que tens quem leve à mais remota idade # lua tormosura Tomás Antônio Gonzaga - Lira III Disponível em: 100 poemas essenciais da Lingua Portuguesa (org. Carlos Figueiredo) Vocabulário de apoio: Granete: pequeno grão; pequena quantidade de metal Bateia: gamela afunilada de madeira onde se lavam minérios Fasto: magnificência; pompa.
Texto 2
Doces invenções da Arcádia! Delicada primavera: pastoras, sonetos, liras - entre as ameaças austeras •e mais moostos e laxas que uns protelam e outros negam. Casamentos impossíveis. Calúnias. Sátiras. Essa paixão da mediocridade que na sombra se exaspera. E os versos de asas douradas, que amor trazem e amor levam.. Anarda. Nise. Marília.. #s veroades e as ouimeras. Outras leis, outras pessoas. Novo mundo que comeca Nova raça. Outro destino. Planos de melhores eras. E os inimigos atentos, que, de olhos sinistros, velam. E os aleives. E as denúncias. E as ideias. Cecilia Meireles. Fragmento de "Romance XXI ou Das Ideias". Disponivel em: Romanceiro da incontidência. Rio de Janeiro. Editora Nova Fronteira, 1983. Vocabulário de apoio: Austero: intlexivel, rigiac Anarda, Nise e Marília: mulheres citadas nos poemas de Claudio Manoel da Costa e Tomás Antonio Gonzaga. Aleive: Falsidade, calúnia, traição
Questão 4
PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 4
Aliteração é uma figura sonora que caracteriza a repetição de sons consonantais idênticos ou parecidos. E exemplo de aliteração:
a) "Anarda. Nise. Marília.. As verdades e as quimeras..."
b) "Outras leis, outras pessoas. Novo mundo que começa."
c) "Se encontrares louvada uma beleza, Marília, não lhe invejes a ventura"
d) "Enquanto revolver os meus Consultos, tu me farás gostosa companhia"
b
A aliteração é a repetição de sons consonantais. Na opção B, "Outras leis, outras pessoas. Novo mundo que começa.", há a repetição do som da consoante 'o' no início das palavras "Outras" e "outro", criando uma sonoridade característica da aliteração. As outras opções não apresentam essa repetição de sons consonantais de forma tão evidente.