Questão
Nós resistimos ao mal em não nos deixando ser levados pela superfície das coisas, em parando e começando a pensar, ou seja, em alcançando uma outra dimensão que não o horizonte de cada dia. Em outras palavras, quanto mais superficial alguém for, mais provável será que ele ceda ao mal.\nARENDT, Hannah. Carta a Grafton.\nSCHIO, Sônia Maria Hannah Arendt; história e liberdade [..]. Caxias do Sul: Educs, 2006\n\nSituada no contexto do julgamento de um soldado nazista, a análise da autora em relação ao conceito de banalidade do mal evidencia uma crítica ao(à):\n\nA) inconformismo da moral.\nB) irreflexão da obediência.\nC) perseguição do prazer.\nD) excesso de autonomia.\nE) privação da bondade.
B
Hannah Arendt, ao discutir a banalidade do mal, refere-se à ideia de que o mal pode ser cometido por pessoas comuns que não refletem sobre as consequências de suas ações. No contexto do julgamento de Adolf Eichmann, Arendt observou que ele não era um monstro, mas sim alguém que seguia ordens sem questionar. Portanto, a crítica é à 'irreflexão da obediência', pois a falta de reflexão e questionamento sobre as ordens recebidas leva à perpetuação do mal. As outras opções não se alinham com a análise de Arendt: 'inconformismo da moral' (A) sugere uma resistência moral que não é o foco aqui; 'perseguição do prazer' (C) não é relevante para a discussão de Arendt; 'excesso de autonomia' (D) é o oposto do que Arendt critica, que é a falta de pensamento crítico; e 'privação da bondade' (E) não captura a essência da banalidade do mal como descrita por Arendt.